Hoje eu vou falar sobre um livro que eu adoro Um novo mundo: O Despertar de uma nova consciência do Eckhart Tolle. É um livro fácil de ler mas que é profundo e, dependendo do nosso nível de consciência, quando lemos de novo, vamos aumentando nosso entendimento. Eu já li mais de uma vez esse livro e eu percebi que a cada vez que eu leio eu vou aprofundando o conhecimento. Parece que tem tanta informação, é tão rico que não basta ler apenas uma vez, essa é a impressão que eu tenho dos livros desse autor.
E nesse post eu vou faço um resumo das melhores ideias desse livro, então vamos lá!
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O desabrochar da consciência
Ele fala sobre a transformação da consciência. Esse é o propósito principal do livro, então ele diz que essa transformação é um florescimento interior radical e profundo que nos permite permanecer acima da identificação com a forma, acima da identificação com o ego porque é a nossa identificação com o ego que nos mantém numa espécie de prisão dentro da nossa própria personalidade, nós precisamos despertar para ver o mundo a partir da nossa essência. Ele diz que essa é a base dos ensinamentos mais sábios da humanidade e que houveram alguns precursores que trouxeram esse ensinamento em diferentes linguagens como, por exemplo, Buda e Jesus. Inclusive ele chama os precursores desses ensinamentos sobre transformação da consciência, de Flores.
Ah eu achei isso tão lindo, de fazer analogia do despertar da consciência com o desabrochar de uma flor! Ele disse que na época que esses precursores vieram e compartilharam essas mensagens, a maioria das pessoas que estavam ouvindo não tinha a capacidade de entender a profundidade dessas mensagens. É como se a humanidade ainda não estivesse pronta para essas mensagens. Mas que nós estamos nos encaminhando para um estágio de transformação coletiva da consciência da humanidade, um novo mundo, e que nós podemos criar a paz na Terra, criar o Céu na Terra. Inclusive é isso que ele traz: que podemos contribuir para viver num planeta com muito mais paz, felicidade e num lugar mais espiritualmente desenvolvido.
E como que a gente faz isso? Quando nós passamos por esse processo de despertar da consciência, ou seja, quando começamos a nos desidentificar com o ego, quando começamos a ficar consciente de como ego atua, quais são os padrões do ego, que antes eram inconscientes, quais são os condicionamentos que norteiam os pensamentos, as emoções e os nossos comportamentos.
As faces do ego
O livro Um novo mundo: o despertar de uma nova consciência, fala muito sobre o ego, sobre a essência do ego e também sobre a questão da interpretação dos papéis e o quanto isso fortalece o ego. Eu achei muito interessante a maneira como ele traz, ele diz que a gente desempenha vários papéis, e que isso acaba fortalecendo o ego.
Por exemplo, um papel bem comum que as pessoas desempenham, e que todos nós, um dia pelo menos, já desempenhamos esse papel, é o papel de vítima: Ah, coitadinho de mim, a minha história, os meus problemas… Isso é uma maneira de chamar a atenção, para que as pessoas nos olhem, nos reconheçam e isso sempre fortalece o ego, então desempenhar papéis sempre tem por objetivo fortalecer o ego. Tanto papéis que a gente pode interpretar como “negativos” como de ser a vítima. Mas também às vezes até papéis que a gente poderia dizer “positivos”, por exemplo, papéis que a gente ocupa dentro da família: de filha, mãe ou irmã… Ou também papéis em relação a um relacionamento com outras pessoas, um relacionamento amoroso ou em relação ao trabalho. É bem comum termos uma identificação com a nossa profissão, por exemplo.
Eu, particularmente, tive isso por muito tempo. Eu me dei por conta de que eu me identificava profundamente com esse papel relacionado a minha profissão. Eu trabalhei anos como professora universitária, e lembro que eu me apresentava assim: Eu sou professora universitária! Inclusive eu enchia a boca para falar porque eu tinha orgulho e um nível de identificação muito forte. Quando eu resolvi sair daquele emprego para viver meu propósito, o que mais me incomodou e que adiou para eu fazer esse processo de transição era a identificação que eu tinha com esse título de professora universitária. Eu lembro de pensar assim: “Nossa, mas as pessoas não vão mais me chamar de professora.” E isso me deixava muito triste. Porque eu tinha uma identificação muito profunda com esse papel. Inclusive quando eu saí, por um tempo eu me senti muito perdida…
Então acabamos ao longo da nossa vida nos identificando mais com alguns papéis do que com outros, e essa identificação é uma das artimanhas de fortalecimento do ego. Tá, mas como que eu vou agir no mundo se não for por meio desses papéis?
Fazer o que é exigido de nós em qualquer situação sem que isso se torne um papel com o qual nos identificamos é uma lição essencial na arte de viver que todos nós estamos aqui para aprender. Somos mais eficazes no que quer que façamos quando executamos a ação em benefício dela mesma, e não como um meio de proteger a identidade do nosso papel. Todo o papel é uma percepção fictícia do eu e, por meio dele, tudo se torna personalizado e assim corrompido e distorcido pelo “pequeno eu” criado pela mente, seja qual for a função que este esteja desempenhando.
Eckhart Tolle
É possível desempenhar funções do mundo, trabalhar, ter uma profissão e não estar identificado(a) com esse papel. Ler esses capítulos me ajudou muito, principalmente quando ele fala desse agir não se identificando com o papel. Podemos sim contribuir para a transformação do mundo e para o despertar de uma nova consciência agindo por intermédio muitas vezes das nossas profissões e do nosso trabalho, mas fazendo isso de um lugar muito mais consciente, observando os condicionamentos do ego.
Corpo de dor
Além dos pensamentos, das vozes na cabeça que contribuem para fortalecer o ego, também existem as emoções. E nem sempre conseguimos enfrentar essas emoções, principalmente o que nós chamamos de emoções negativas como: raiva, tristeza, rancor, ressentimento, inveja, ciúme… Essas emoções negativas que não queremos sentir, costumamos reprimir ou suprimir, ou seja, não enfrentamos essas emoções. Mas uma emoção que não é enfrentada deixa no corpo um traço remanescente de dor. Então imagina uma pessoa adulta que tem isso, essas emoções, esses traços de remanescentes de dor de emoções que foram reprimidas na infância, na adolescência e também na vida adulta. Todos nós temos isso, alguns mais, outros menos, e nesse livro o Eckhart Tolle traz um termo que eu achei fantástico.
Por causa da tendência humana de perpetuar emoções antigas, quase todo mundo carrega no seu campo energético um acúmulo de antigas dores emocionais, que eu chamo de “corpo de dor”.
Eckhart Tolle
Depois que eu li esse livro pela primeira vez, eu comecei a usar inclusive o termo corpo de dor porque eu sinto que descreve muito bem essas emoções que nós suprimimos ou reprimimos e que formam um campo energético que envolve todas as nossas células. Inclusive ele disse que na maioria de nós esse corpo de dor, ele fica latente, ele não fica o tempo inteiro ativo, e de repente acontece alguma coisa, que é um gatilho emocional… Pronto, o corpo de dor se manifesta, ele fica ativo, é como se a pessoa estivesse possuída por uma entidade, hahaha. Mas não é um fenômeno espiritual de ser possuída, é no sentido que esse corpo de dor que todos nós temos, tem momentos em que ele toma conta de nós é isso que ele quer dizer.
Eu percebi que em vários momentos da minha vida eu tive essa manifestação forte do corpo de dor, principalmente em explosões de raiva. Eu já fui aquela pessoa que estava com raiva e explodia! E eu não entendia muito bem porque eu fazia isso. A sensação é como se tivesse uma entidade me possuindo mesmo! Aquela situação que você age e depois você se pergunta: Mas por que eu fiz isso? Por que eu disse isso? O que eu estava pensando? Por que eu agi daquela maneira? A gente fica quase que irracional em alguns momentos. É isso que eu comecei a me dar por conta, de momentos em que o meu corpo de dor estava tão forte que eu tive ações e atitudes que depois parando para pensar não fizeram sentido.
E todos nós temos corpo de dor, alguns de nós têm um corpo de dor mais denso que é aquela pessoa que tem mais coisas que ela reprimiu, que ela suprimiu… Inclusive ele fala que quando a gente chega perto de uma pessoa que tem um corpo de dor tão denso é pesado, sabe? Você sente que não é muito agradável ficar perto de uma pessoa que tem o corpo de dor tão denso, principalmente, obviamente, quando esse corpo de dor tá ativo.
E é só a presença, só a consciência que faz com que a gente consiga enfraquecer o corpo de dor. Porque o corpo de dor se alimenta de dor! Então quando uma pessoa está com o corpo de dor ativo e estamos na presença dela, ela tende a falar e agir, de forma inconsciente, para ativar o seu corpo de dor. Então se você tá na presença de alguém enquanto o corpo de dor dela está ativo, ela vai falar coisas para te deixar triste, irritado(a), para baixo, enfim… ela quer te puxar para o sofrimento dela, literalmente. Então, temos que estar presentes para não entrar nessa onda, para não entrar no corpo de dor da outra pessoa e também para notar quando o nosso próprio corpo de dor tá ativo. É um trabalho de presença, para ter consciência de quando o nosso corpo de dor está ativo ou quando o corpo de dor da outra pessoa está ativo.
Propósito interior
Nosso propósito interior é despertar. É simples assim. Nós o compartilhamos com todas as pessoas do planeta porque esse é o propósito da humanidade. O propósito interior de cada indivíduo é uma parte essencial do propósito do todo – do universo e da sua inteligência emergente. Por outro lado, o propósito exterior pode mudar ao longo do tempo. Ele varia significativamente de pessoa para pessoa. Encontrar o propósito interior e viver alinhado com ele é o alicerce para a satisfação do propósito exterior. É a base para o verdadeiro sucesso. Sem esse alinhamento, até conseguimos alcançar determinadas metas por meio do esforço, da luta, da determinação e do puro trabalho intenso ou da esperteza e da habilidade. Mas não existe alegria nesses empreendimentos e eles costumam acabar em alguma forma de sofrimento.
Eckhart Tolle
Muitas pessoas que estão numa jornada espiritual se questionam sobre propósito: Qual é meu propósito? Qual é a missão de vida? Eu mesma já tive nesse lugar, desesperada para descobrir qual era o meu propósito.
E a minha visão hoje é que precisamos voltar para dentro, para o autoconhecimento, para o nosso propósito interior. O nosso propósito primário é o despertar. Quando nos reconectamos com a nossa essência, com o Ser, agimos no mundo, que é o propósito exterior, deste lugar. Se só estamos preocupados em agir no mundo: O que eu vou fazer? O que eu faço da minha vida? E não temos a intenção de despertar a consciência, a nossa ação no mundo é comandada pelo ego. Inclusive ele fala que muitas vezes a pessoa age no mundo dizendo que a intenção dela é espiritual mas se ela não tá conectada com o propósito interno dela, ela vai agir a partir do ego. Isso até é perigoso, né? Tem muita gente que age a partir desse lugar.
Ao invés de se preocupar com: O que eu tenho que fazer? Pense em: Como fazer? Esse como fazer, é agir a partir da consciência. Focar em aprofundar, intensificar e acelerar o processo de despertar da consciência, é o que vai te dar mais clareza de qual é o seu propósito externo. Porque o propósito externo pode mudar! Como estamos numa jornada de aprofundar o despertar da consciência, faz sentido que o propósito externo mude. Se você está conhecendo mais sobre si mesma(o) e entendendo mais o seu papel no mundo, então o propósito externo vai mudando, vai se adaptando. Por isso a importância também de não estar tão identificada(o) com os papéis que você desempenha na sociedade, porque isso facilita essa adaptação ou mudança, caso necessária, no propósito externo. Mas tudo começa no entendimento de qual é o nosso propósito interno, para que os dois andem juntos.
Um novo mundo
No livro ele fala sobre uma nova Terra, um novo mundo, que a gente pode ajudar a criar, contribuir nesse novo mundo. E como que a gente faz isso? Com a ação desperta, ou seja, quando a gente aprofunda o nosso processo de despertar da consciência, a gente começa agir do mundo de uma forma desperta. E cada um de nós vai encontrar sua maneira de agir no mundo. Ele disse que alguns de nós vão se envolver em atividades externas de criar, de construir, de influenciar pessoas, de realmente transformar o mundo com ações. Existem pessoas que vão sentir mais afinidade com viver em comunidades espirituais, por exemplo, mais isoladas, que são pessoas mais introspectivas. E também tem pessoas que mesmo não aparecendo, vamos dizer assim, vivendo as suas vidas, nas suas casas, vão estar tão conectadas que vão contribuir com uma nova frequência, inclusive ele chama essas pessoas de doadores de frequência. Ele fala como cada um de nós pode se encaixar nesse novo mundo e contribuir a partir de uma ação desperta. É o último capítulo do livro, realmente muito inspirador.
A nova Terra surge à medida que um número cada vez maior de pessoas vai descobrindo que o seu propósito mais importante na vida é trazer à luz da consciência a este mundo e, assim, usa as suas ações, sejam elas quais forem, como um veículo para a consciência. A alegria do Ser é a alegria de estar consciente.
Eckhart Tolle
Nem todos os mestres espirituais trazem essa questão de “O que fazer depois do Despertar?” de uma forma tão prática como o Eckhart Tolle traz no livro Um novo mundo: o despertar de uma nova consciência. Se você está no processo do despertar da consciência ou em busca do seu propósito, esse é um livro que eu indico para você ler, reler, refletir e agir a partir desse lugar, de um lugar da consciência desperta!